O desgoverno de São Paulo ultrapassa agora todos os limites da mentira e da manipulação da opinião pública. Responderei, minuciosamente, todos os pontos defendidos pelo secretário Paulo Renato e sua equipe, pois não se pode deixar uma mentira sem resposta, sob o risco de que se torne verdade.
Leiam a íntegra da nota:"Uma comissão de sindicalistas foi recebida por representantes da Secretaria da Educação e da Casa Civil no Palácio dos Bandeirantes. O governo informou que só aceita conversar sobre salários após o fim da greve (1). A Secretaria da Educação também informou que não vai mudar nenhum dos programas que são combatidos pelo sindicato, como o Programa de Valorização pelo Mérito, que dá aumento de 25% de acordo com o resultado de uma prova; a lei que acabou com a possibilidade de faltar dia sim, dia não (2); e a criação da Escola Paulista de Professores, com a abertura de concurso para dez mil novas vagas. São esses programas que estão permitindo melhorar a educação de São Paulo (3) , com o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado tendo melhorado 9,4% em 2009 em relação a 2008. Ainda nesta semana o governo pagou R$ 655 milhões em Bônus por Resultado (4) para 210 mil profissionais da educação.
A Secretaria informa, ainda, que o movimento da Apeoesp afeta apenas 1% das escolas (5). O sindicato convocou a greve sem que tivesse tentado nenhuma negociação com a Secretaria da Educação (6), o que evidencia sua finalidade política. (7) O movimento contesta, também, leis aprovadas na Assembleia Legislativa após amplo debate, o que indica mais uma vez o seu desprezo pelas regras da democracia. (8)
A Secretaria da Educação lamenta a truculência e a violência dos sindicalistas (9), que nesta semana fizeram baderna até mesmo dentro de um hospital. A Secretaria considera que a violência é uma tentativa do sindicato de criar um fato político, já que a rede de 5.000 escolas estaduais funciona normalmente.(10)"
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Agora, o que de fato significa tudo isso:
1 - Quem só aceita "conversar" sobre salários - mais uma vez tentando diminuir o movimento - depois do fim da greve só pode estar delirando. Negociar sem greve não é negociar, é impôr. A greve é a moeda de troca dos professores em uma negociação. Quem pretende negociar após a greve não pretende negociar coisa alguma.
2 - A lei que acabou com a possibilidade de faltar dia sim dia não, nas palavras tucanas, é a 1041/2008. Na prática, ela limita as faltas dos professores em até 6 vezes ao ano para consultas médicas, não mais do que uma vez por mês. Sob o pretexto de "moralizar" as faltas, cria-se uma lei que pune quem fica doente. Em que profissão limita-se as faltas de um funcionário doente? É ridículo. Ainda mais pq manipula a opinião pública, ao igualar a situação anterior com "professores que faltam dia sim dia não". É muita manipulação! Nunca vi professor algum faltando dia sim dia não, e, se faltasse, não teria o menor respeito dos alunos e dos colegas. A lei ignora ainda o fato de que o magistério é uma profissão com horários rígidos, o que inviabiliza possíveis acordos - falto hj, mas compenso amanhã, por exemplo - tão comuns em todas as outras repartições públicas e empresas privadas. Pra piorar a situação, as consultas no IAMSPE não permitem que se escolham os horários. Autoritarismo disfarçado de "eficiência de gestão de recursos humanos".
3 - Realmente, gostaria muito que me explicassem em que parte do Estado de São Paulo a educação melhorou, e qual foi o papel dessas políticas nessa "melhora". E lembrem-se de que o PSDB governa esse estado há 16 anos... Os índices do IDESP, apesar de toda a manipulação do governo, com apostilas e conteúdo único para facilitar na hora da prova, além da junção das categorias 'básico' e 'adequado' para dar uma média "positiva", são rídiculos. A média do Estado, para o Ensino Médio, não é nem 2,00. Não é preciso ir muito além desse fato.
4 - A bonificação por resultados é uma política antiga, que ninguém mais usa. Funciona nos primeiros anos, com as escolas alcançando os índices propostos - nem isso acontece por aqui - mas não vai adiante, pois não altera a estrutura do ensino, não altera a prática pedagógica, não serve para tornar a educação includente. Supor que algém dará uma aula melhor para tentar ganhar um bônus no final do ano baseado em provas feitas por seus alunos é achar que todo mundo é idiota. Não precisamos de bônus, precisamos de salários dignos.
5 - Se a greve afetasse apenas 1% das escolas, não haveria polícia metendo o cacete em professores, nem teriam recebido uma comissão para "negociar" a greve. Se 1% do professorado paulista consegue ocupar toda uma pista da Consolação, devo ter faltado nas aulas de matemática.
6 - A Apeoesp protocolou um pedido de negociação com o governo em 19/01. Não houve nenhuma resposta. Mais uma mentira do governo.
7 - Na verdade, o governo esta se referindo ao movimento como eleitoreiro. É que movimento político pode significar muitas coisas, fato que o desgovernador de São Paulo deve desconhecer. Política pode significar os meios pelos quais se consegue o que se quer, formas de manter o poder, maneiras de organização social, enfim, política acontece em todo lugar, o tempo todo. O desgoverno mente ao afirmar que a greve tem motivações eleitorais. Tanto é que não tem nem coragem de afirmar isso de verdade. Joga com as palavras e com a opinião pública, para tentar desqualificar o movimento. A greve tem uma pauta de reivindicações. Basta negociar.
8 - O amplo debate a que se refere o governo aconteceu onde? No Fasano? Chamar o rolo compressor de Serra na Assembleia Legislativa de democrático beira o sarcasmo. Qualquer partido com ampla maioria na assembleia aprova o que bem entender. Quem não concordar, não concorda com a democracia? Bela lição de sociologia essa do PSDB. Anti-democrático é o próprio governo, que se recusa a dialogar com um movimento legalmente constituído e que representa grande parte dos professores do Estado, já que une APEOESP, UDEMO, CPP, entre outros. Está virando moda entre essa turma tucana chamar a todos os que discordam de suas medidas excludentes e privatistas de anti-democráticos, truculentos e daí pra baixo. Deve ser a falta de alternância no poder, já que governam o Estado há 16 anos e conseguiram um índice de desenvolvimento da educação menor que 2, numa escala que vai até 10. Ainda bem que alguém discorda dessa política!!
9 - Os "sindicalistas" é que são truculentos e violentos? Primeiro, quem estava na manifestação não era "sindicalista". Eram professores e alunos. Segundo, quem é truculento e violento é o próprio governador, além de autoritário. E covarde, muito covarde! Atirar balas de borracha, jogar bombas de efeito moral e dar cacetadas nos professores deve ser um ato de amor do desgoverno e da PM, essa insituição que prima pelo respeito aos direitos humanos... Essa tática é velha: acusam de violentos e truculentos justamente para não serem acusado disso. Mas a tecnologia é nossa aliada. Vários professores filmaram tudo, e as imagens hão de mostrar quem foi violento, truculento, canalha e covarde!!!
10 - A rede estadual funciona normalmente, sem no mínimo 40% dos professores em sala de aula. Então tá... Visitem as escolas ou perguntem aos alunos se a rede estadual esta funcionando normalmente...
O desgoverno de São Paulo mente descaradamente e trata os professores como bandidos. Como não acredito em justiça divina, espero que a população de São Paulo, e do Brasil, puna esse sr que desgoverna o nosso estado nas eleições de Outubro. Chega do PSDB, de privatização e precarização do serviço público. Chega de "Organizações Sociais" gerindo hospitais e projetos sociais! Temos de continuar lutando por nosos direitos, DEMOCRATICAMENTE!!!
Sabe, eu realmente adoro vir aqui ler seus posts. Vou passar pra frente, ok?
ResponderExcluirObrigado Di! Claro que pode passar pra frente... Abçs!!
ResponderExcluirPrimeiro gostaria de agradecer a sua visita ao meu blog. Gostei muito dos seus textos e vou anexar o seu blog nos links do meu. Com relação aos confrontos e a cobertura midiática, é incrível como muitos professores q não estavam lá ainda acreditam no q viram na TV e não no q a gente q estava presente diz. Eu fico irado qdo vejo os professores reclamando do governo e do salário e até da mídia, mas depois esta lendo a Veja e repassando aqueles e-mails reacionários sobre a Dilma.
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